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Mercado imobiliário de Manaus cresce em 2024, mas enfrenta desafios para 2025

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O mercado imobiliário de Manaus registrou um crescimento expressivo em 2024, impulsionado pelos lançamentos de lotes e imóveis verticais, especialmente dentro do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV). O grande destaque ficou para os loteamentos populares em Iranduba, que apresentaram um aumento significativo no número de unidades lançadas.

A Associação das Empresas do Mercado Imobiliário do Amazonas (Ademi-AM) divulgou nesta segunda-feira, 10 de março, os números do setor em coletiva de imprensa. Segundo o levantamento, foram comercializadas 11.935 unidades no ano passado, um crescimento de 62,3% em relação a 2023, quando 7.354 imóveis foram vendidos.

O Volume Geral de Vendas (VGV) também registrou alta, totalizando R$ 2,55 bilhões em 2024, superando os R$ 1,9 bilhão do ano anterior. O desempenho positivo foi atribuído, principalmente, ao avanço dos programas habitacionais e ao fortalecimento do mercado de lotes populares.

“O avanço de 2024 definitivamente foi o Minha Casa Minha Vida, do Governo Federal, do governo Lula, e também o Amazonas Meu Lar, do governador Wilson. Esse conjunto de ações ao mercado imobiliário provocou esse volume de vendas que nós tivemos no setor econômico, digamos, do produto econômico”, destacou Hélio Alexandre, vice-presidente da Ademi-AM.

Diferenciação entre verticais e lotes: crescimento expressivo nos loteamentos populares

O crescimento do setor foi impulsionado principalmente pelos lotes populares, que registraram um avanço considerável nos lançamentos:

Lançamentos de lotes populares: Saltaram de 1.138 unidades em 2023 para 4.503 em 2024, um crescimento muito superior ao de outros segmentos.

Lançamentos de imóveis verticais: Subiram de 5.033 unidades em 2023 para 5.966 em 2024, sendo 4.632 unidades dentro do MCMV.

O aumento expressivo nos loteamentos populares reflete a forte demanda por moradias horizontais de baixo custo, especialmente em regiões de expansão.

Bairros com maior volume de vendas

Os bairros que registraram os maiores volumes de vendas no 4º trimestre de 2024 foram:

Lago Azul – 501 unidades vendidas

Ponta Negra – 402 unidades

Novo Aleixo – 398 unidades

Parque Mosaico – 291 unidades

Cidade Nova – 290 unidades

Tarumã – 282 unidades

Essas regiões representaram 77,3% das transações imobiliárias no período, consolidando-se como os principais polos de crescimento imobiliário da cidade.

Comparativo com o mercado nacional

O crescimento do setor em Manaus acompanha a tendência nacional. Segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), o mercado imobiliário brasileiro teve um aumento de 18,6% nos lançamentos, totalizando 383.483 unidades em 2024. As vendas também cresceram 20,9%, com 400.547 unidades comercializadas no ano.

Os dados revelam que, assim como em Manaus, o segmento econômico e os programas habitacionais foram os principais impulsionadores do crescimento no Brasil. A região Sudeste registrou 20% de crescimento nos lançamentos, enquanto Norte e Centro-Oeste apresentaram uma leve retração.

Desafios para 2025

Apesar do bom desempenho de 2024, o setor enfrenta desafios econômicos que podem impactar o crescimento do mercado em 2025. O presidente da Ademi-AM, Henrique Medina, aponta três fatores que exigem atenção do setor:

1. Inflação e poder de compra

“A alta da inflação está reduzindo a renda das famílias, principalmente as que ganham até 8 salários mínimos e fazem parte do público-alvo do Minha Casa, Minha Vida. Com os aumentos nos preços de alimentos e transporte, sobra menos dinheiro no orçamento para a compra de um imóvel”, explica Henrique Medina.

2. Taxa Selic e custo dos financiamentos

“A Selic em patamares elevados impacta diretamente os financiamentos imobiliários. Com os bancos aumentando os juros, o custo das parcelas sobe, dificultando o acesso ao crédito e reduzindo o número de compradores”, alerta o presidente da Ademi-AM, Henrique Medina.

3. Inflação nos insumos da construção

“Os custos dos insumos da construção civil também subiram, o que pressiona os preços dos imóveis e pode desacelerar os lançamentos em 2025. Esse impacto é sentido em todo o Brasil, não só em Manaus”, complementa Medina.

Expectativas para 2025

Mesmo com os desafios, as perspectivas para 2025 indicam que o mercado seguirá aquecido, especialmente nos segmentos econômico e de loteamentos populares.

O Minha Casa, Minha Vida deve manter números estáveis, já que o orçamento do FGTS para habitação já está definido para o ano.

Os imóveis convencionais podem oscilar entre -5% e +5% em vendas, dependendo do comportamento da economia e do crédito disponível.

Os loteamentos populares têm grande potencial de crescimento, consolidando-se como uma das principais alternativas para moradia acessível.

Apesar das incertezas econômicas, os programas habitacionais continuam sendo essenciais para manter o setor ativo. O Minha Casa, Minha Vida, com juros reduzidos e subsídios de até R$ 55 mil, e o Amazonas Meu Lar, que oferece cheques de até R$ 35 mil para entrada no financiamento, garantem que mais famílias tenham acesso à casa própria.

Diante desse cenário, o mercado imobiliário de Manaus segue otimista, mas atento aos desafios que podem surgir ao longo de 2025.

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